Eletricidade é um fenômeno natural, composto por cargas elétricas que estejam em repouso ou em movimento. A diferença no estado de movimento das cargas se torna importante pois quando uma carga se encontra em repouso, ela exerce força em tudo que estiver a sua volta. Já quando a carga elétrica está em movimento, há a produção de campos magnéticos. Os campos magnéticos são campos que exercem forças estudadas no magnetismo (resolução de cargas semelhantes ou atração de cargas de sinais diferentes).
A eletricidade consiste, de uma forma resumida, na passagem de elétrons e íons presentes na natureza de um corpo para outro. Essa ação depende de uma série de fatores: se o corpo é um condutor ou isolante, da criação de um campo elétrico (fenômeno causado por ação de cargas elétricas que exercem força sobre outro corpo num determinado espaço), do potencial elétrico (o poder do campo elétrico de realizar um trabalho) e ainda outras variáveis como a potencial elétrica, a existência de correntes elétricas e outros fatores.
A eletricidade sempre esteve presente na natureza, no entanto, o homem começou a estudar algo relativo a isso quando, na época da antiguidade, Tales de Mileto (filósofo e matemático grego) fazia pesquisas com um material chamado âmbar (uma espécie de resina liberado por plantas que, com o passar de tempo, viram “pedras”). Ao esfregar o âmbar na pele de um carneiro, foi notado que esse material estava atraindo coisas como palha e outros. O efeito é parecido com esfregar uma caneta no cabelo por algum tempo e depois deixar a caneta perto de alguns pedaços pequenos de papel. Os papéis são atraídos e ficam grudados na caneta por algum tempo.
A razão para o âmbar, como a caneta, atrair outros objetos é a troca de elétrons que ocorre no ato de friccionar um objeto em outro. A caneta e o âmbar acabam perdendo elétrons e, assim, atraem outros matériais que, por meio de ligações moleculares, voltam a ser estáveis ( com o mesmo número de carga positiva e negativa) Assim como a antiguidade deu início às observações da eletricidade e ao magnetismo, no Oriente, mais precisamente no Iraque, já foram descobertos achados objetos que funcionariam como uma espécie de bateria, a 250 a. C.
A partir do século XVI, começaram estudos mais aprofundados a respeito do assunto, especialmente com Gerolamo Cardano que, em 1550, tratava em seu livro De Subtilitate- as as diferenças entre magnetismo e elétrica. As ciências não eram relacionadas, só foram realmente serem consideradas paralelas no século XIX.
No século XVII, William Gilbert fez grandes avanços em estudos relativos a eletricidade e magnetismo. Em sua obra “De Magnete” ele trazia conceitos que, apesar do pouco conhecimento da época a respeito do assunto, traziam teorias que se parecem muito com os conceitos atuais. Entre outras coisas, Gilbert conclui que alguns objetos, quando friccionados com outros, tinham a propriedade de atrair outros corpos. Essa força de atração foi chamada de força elétrica. Além disso, em sua obra, já dava noções do que chamaríamos de carga elétrica e de campo elétrico.
O século XVIII foi o mais importante para o estudo da eletricidade. Foi o ponto de partida para estudos relativos à bioeletricidade ( estudo da correntes elétricas que percorrem naturalmente os corpos vivos e também da voltagem estática de células vivas) com as pesquisas do cientista Luigi Aloisio Galvani. Mais tarde foram firmados conceitos que permanecem até hoje: os dois tipos de força elétrica (de repulsão e de atração). Esses conceitos foram comprovados e organizados basicamente por dois nomes: Benjamin Franklin e Charles François de Cisternay Du Fay.
A Benjamin Franklin ainda é creditado outra grande descoberta: ele comprovou que os raios eram grandes correntes elétricas decorrentes de uma alta diferença elétrica entre céu e a terra. O famosos experimento que comprovou esse fenômenos foi o de que Franklin teria empinado uma pipa em meio a uma tempestade. Assim que o raio atingiu a pipa, essa corrente elétrica passou pelo fio da pipa e Franklin conseguiu perceber os efeitos elétricos por causa da eletricidade passada pelo fio. Com os conhecimentos adquiridos nesse experimento foi possível citar o primeiro para-raio (dispositivo que protege instalações de serem atingidas por raios. O dispositivo funciona servindo de caminho mais curto para dos raios para si e distribuindo a eletricidade que recebe direto para o solo).
No século XIX, no ano de 1827, foi publicada a lei de Ohm. Essa lei dizia, basicamente, que a diferença de potencial entre dois pontos de um condutor é proporcional à corrente elétrica. Com sua contribuição na área, Georg Simon Ohm foi homenageado tendo seu sobrenome (Ohm) como medida para a grandeza de resistência elétrica.
Ainda no século XIX, outros grandes nomes da área viriam a se destacar: André-Marie Ampére, Michael Faraday e Thomas Edison são três exemplos clássicos. André-Marie Ampére foi um cientista francês que contribuiu com estudos sobre a repulsão e a atração entre cargas elétricas, além ter inventado o primeiro telégrafo elétrico e participado da criação do electroímãn. Também foi homenageado pela comunidade física, que deu seu nome (Ampére) à medida de corrente elétrica.
Em 1831, Michael Faraday, físico e químico inglês, é apontado como um dos melhores experimentalistas do mundo. Suas descobertas serviram de base para que se pudesse construir a sociedade industrializada que vivemos. Ele descobriu a indução eletromagnética, o que leva a construção do motor elétrico.
Em 1873, houve outro marco nessa ciência: a invenção da lâmpada elétrica, por Thomas Edison. Além da lâmpada, ele foi responsável por, dois anos depois, construir a primeira central de energia elétrica na cidade de Nova York. Recentemente, já no século XX, houve a descoberta dos supercondutores (materiais que, a temperaturas muito baixas, apresentam altíssimo grau de conduzir cargas elétricas).
A eletricidade , hoje, é a forma mais usada para o abastecimento energético do mundo. Sua obtenção por meio de hidrelétricas é essencial para o consumo de eletricidade, a qual foi gasta por todos para abastecer eletrodomésticos e aparelhos de uso diário por todos, como chuveiro ou no uso de lâmpadas.